Na química, utiliza-se o termo "afinidade" para descrever a tendência de uma substância a se combinar com outra e permanecer assim, fato que ocorre em razão de compatibilidade intrínseca na estrutura atômica da substância.
A afinidade causa a ligação. Quando juntamos duas substâncias afins, elas se ligam, estabelecendo uma conexão mais permanente. Cada uma tem algo que falta à outra. Num nível simplificado, é a atração dos opostos em busca de equilíbrio.
A ligação humana pode ser tão semelhante à ligação química que frequentemente nos referimos a ela como "química", Nem sempre entendemos a razão de nossa atração por alguém, mas, mesmo assim, o sentimento existe e, em geral, é irresistível.
Geralmente a pessoa tem em seu campo energético algo que desejamos ou que necessitamos. Com sorte, também teremos algo necessário a ela e uma ligação poderá ocorrer, durando tanto quanto durarem os sentimentos de afinidade. Por ser o chacra cardíaco o centro do equilíbrio, é razoável que o próprio amor brote inicialmente de uma tendência natural a mesclar e equilibrar nossa energia com a de outras criaturas vivas.
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O aspecto mais importante da afinidade, contudo, não consiste na atração química por outros, mas no crescimento da afinidade dentro das partes componentes do indivíduo. Quando temos essa sensação de afinidade, projetamos uma vibração carinhosa, tolerante e alegre. Isso permite e até encoraja outros a encontrarem o próprio sentido de afinidade.
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A afinidade também pode ser vista como uma qualidade vibratória. Quando estamos "afinados", nosso estado de harmonia dá coerência a tudo o que dizemos ou fazemos, como os tons numa escala de ressonância harmônica. Irradiamos amor porque criamos um centro coerente dentro de nós e ele, por sua vez, harmoniza o ambiente em torno.
No coração cada célula bate sem parar. Se o coração fosse dissecado, cada célula continuaria a bater de forma independente. Assim que colocamos essas células junto com outras células cardíacas ( em uma lâmina de microscópio, por exemplo ), elas ajustam o ritmo de modo que pulsam juntas.
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Então, o que se pode fazer para criar sempre esse senso de afinidade? Reservar alguns momentos de sossego para ter uma conversa consigo. Basta, de vez em quando, conferir os próprios sentimentos. Depois de ler essas palavras, tire um pouco de tempo para fechar os olhos, respirar fundo, e dizer alô a seu corpo. Veja se você ouve um alô em resposta. Comece um diálogo. Haverá algum jeito de você se tratar melhor? Existe alguma parte carente de atenção, ou alguma que domine sem necessidade? Você se trata tão bem como trata aos demais? Será o momento de dar uma festa para mostrar ao corpo sua gratidão? Ou só é preciso se sentar em silêncio e ouvir um pouco?
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Somos compostos de muitos pedaços, e da unidade e harmonia entre eles depende nossa força. Só assim seremos capazes de realmente dar aos outros. Se todas aquelas partes estiverem sintonizadas com o centro - o coração do organismo -, então estarão simultaneamente sintonizadas entre si e entrarão num estado natural de afinidade.
Extraído do livro Rodas da Vida
Autora; Anodea Judith