O Poder dos sistemas abertos não é uma propriedade a ser possuída, e sim um processo ao qual a pessoa se abre,
-Joanna Macy
Afirmamos que o poder é energia direcionada. E o que dizer do poder pessoal? Como adquirir e manter esse poder no quadro de um sistema cultural e educacional que ensina a impotência como forma de estimular a cooperação social? O que acontece quando pensadores criativos são vistos como transgressores a serem alvos do ostracismo de parte da sociedade, enquanto se reforça o conformismo? Muitos pais educam os filhos para serem dóceis e bem - comportados, mas até mesmo a obediência exige cooperação da vontade própria.
A cooperação social é certamente necessária; no entanto, se ela ocorrer por intermédio da dominação, dificilmente merece ser chamado " cooperação ". Será então a cooperação sem desejo, nem vitalidade, nem centelha de fogo característico do terceiro chacra. Ela se converte em submissão, que amortece e embota nosso sentido de poder e vontade, e prejudica a autoestima.
Para nos desenvolver e curar no nível do terceiro chacra, precisamos reexaminar o conceito de poder que envolve a dominação de uma parte por outra, comumente chamada de "poder sobre". Em vez disso, podemos fomentar o poder como integração, "poder interno", de conexão com as forças da vida. Ao pensar em poder, talvez o julguemos como um verbo ativo, e não um substantivo, pois de fato ele só existe na ação, na "concessão de poder " a mudança ou ideias. Podemos substituir "poder sobre alguém" pelo "poder para alguém".
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Num paradigma de submissão, o poder é colocado fora de nós. Se procurarmos o poder do lado de fora, buscamos em outros as diretrizes, e nos apanhamos à mercê deles, expostos à possível vitimização. Dada a ausência do poder interno, podemos ficar o tempo todo buscando estimulação , excitação e atividade, por temor a reduzir o ritmo, a sentir um vazio interior. Empreendemos atividades para que os outros nos reconheçam, para que nos vejam , para que nosso ego seja fortalecido. Podemos buscar o poder por causa do ego, e não pela capacidade de melhor servir ao conjunto maior. O poder sem objetivo é mero capricho, por vezes até perigoso.
O poder depende da energia, exatamente como a sobrevivência depende da matéria, e a sexualidade, do movimento.
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O poder, então, depende igualmente dos chacras superiores, porém não em detrimento dos chacras inferiores. À medida que nos aproximamos de uma compreensão maior da consciência e do mundo espiritual, constatamos que de fato nossos conceitos de poder evoluem. Essa evolução vem de dentro de nós, do núcleo, das raízes, das entranhas de cada um de nós, e igualmente de nossas visões, criatividade e inteligência. Disso depende nosso futuro.
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Extraído do livro: Rodas da Vida - Um guia para entender os chacras, da autora Anodea Judith
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